Melhores momentos nem sempre esperados.

      Preciso confessar que eu sempre achei que os melhores momentos do meu intercâmbio seriam quando eu viajasse e conhecesse a Torre Eiffel, quando entrasse no Coliseu ou em qualquer um desses pontos turísticos que a gente fica sonhando estar lá. Mas não, os meus momentos preferidos foram bem diferentes desses clichês.
        Teve uma noite, enquanto eu estava no Porto, que me levaram pra conhecer uma praia (porque eu tinha falado que gostava de ir à praia a noite). Das loucuras que eu faço na vida: sair de carro quase meia-noite com alguém que eu conhecia há um mês. Das loucuras que eu repetiria mil vezes se preciso. Quando estava lá, fechei os olhos por uns segundos e pensei "vou sentir tanta falta disso". Abri os olhos novamente e tentei guardar o máximo de recordação que eu podia dali. Olhei para cada detalhe, pro céu, pras estrelas, pra quem estava comigo segurando minha mão. E eu realmente lembro de cada detalhe. Esse foi o meu melhor momento ali, e apesar de tudo, espero não esquecer nunca.
       Em outra noite qualquer, fiquei conversando com um amigo, um pouco antes de eu viajar pra Londres, e falei que não ia saber falar nada por lá. Ele deve ter passado uns 20 minutos só enrolando tentando falar em inglês. E eu ria, mas não aquele riso forçado. Eu realmente me sentia feliz, aquela felicidade que te abraça, te acalenta.
         Eu morava em um local nada central, e logo no começo achava que só tinha ônibus a partir das 6 da manhã (só depois descobri que tinha 24hrs). Então, eu e minha amiga ficávamos nas festas até acabar (o que acontecia por volta de 5hrs). Sim, a gente ficava lá até ligarem as luzes e nos expulsarem. Teve uma madrugada que a gente tava voltando de uma festa morrendo de fome, tipo muita fome mesmo. Tinha uma padaria perto da nossa parada de ônibus, mas não estava aberta ainda. Ok, sentamos no chão em frente a padaria e esperamos abrir. Esperamos muito! O senhor que trabalhava lá chegou, entrou e ficou fazendo hora lá dentro. Minha amiga não parava de falar o quanto tava com fome, na verdade, ela não parava de falar. E eu ria, e ria. E meu Deus, que saudade que me dá de tudo isso.
        As festas por lá eram super baratas, e muitas a gente nem pagava. Costumávamos ficar entrando nas festas pra ver se estavam boas. Uma vez chegamos "cedo" (já que lá começa a encher depois de 1 da manhã) e não tinha ninguém. Ninguém mesmo, só o dj e o pessoal que trabalhava lá. Ganhamos máscara (a festa era temática) e champanhe (ou qualquer coisa do tipo) porque fomos as primeiras a entrar. Entramos e ficamos enrolando tirando foto pra não sair tão rápido. Sessão festa flopada. Meu Deus, pior festa da vida, mas rimos tanto. Saímos e fomos pra outra pior ainda. Saudades festas flopadas do Porto. <3


       O que aprendi durante o tempo que passei por lá, foi que o que faz um momento especial não é exatamente o lugar, são as pessoas que estão com você. Como é bom estar rodeadas de pessoas leves, que transformam qualquer momento simples, ou terrível, em uma boa lembrança.


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